Perseguição aos dirigentes sindicais de Crateús.
Dirigentes do Sindicato dos Servidores e Sindicato dos Professores podem ter liberações suspensas pela gestão municipal.
A administração municipal de Crateús descumpriu, mais uma
vez, compromisso firmado na presença do Ministério Público (MP) e não enviou à
Câmara Municipal de Crateús proposta que revoga a 'emenda Arimílson', conforme pactuado em audiência
ocorrida no MP no último dia 28/05. A referida emenda proíbe a liberação
de servidores para entidades sindicais e foi aprovada em 10/01/13 numa conturbada sessão do Legislativo municipal.
Segundo o presidente do Sindicato dos Servidores, Ricardo
Cosmo Junior, Carlos Felipe pretende fechar os dois sindicatos - dos servidores
e dos professores. A proposta da gestão é permitir a liberação de trabalhadores
municipais apenas sem remuneração. Nestes termos, de acordo com o sindicalista,
os sindicatos teriam de arcar com a remuneração dos representantes sindicais,
que precisariam ainda licenciar-se do município para exercer suas atividades na
entidade de classe.
Socorro Pires, presidente do Sindicato dos
Professores,
relatou que a alegação do prefeito para não ter enviado à Câmara de Vereadores
a revogação da'emenda Arimílson' seria
a recusa dos vereadores aliados em votar contra a emenda.
Em reunião ocorrida na manhã de hoje (7), entre a gestão
municipal e os dirigentes dos dois sindicatos, na sede das Promotorias em
Crateús, prefeito Carlos Felipe teria afirmado que"desconhece o Sindicato
dos Professores".
A reação dos sindicatos deve ser imediata e intensa.
Assembleia geral conjunta será convocada na próxima semana para alertar os
servidores municipais para a grave ameaça ao movimento sindical em Crateús e
discutir com a categoria estratégias de resistência e enfrentamento.
Inúmeros sindicatos da região já manifestaram repúdio à
atitude da gestão municipal de Crateús em cercear a atividade sindical de
servidores. A presidente do Sindicato dos Servidores de Tamboril, Iracema
Oliveira Sousa, afirmou que há no município lei que garante a liberação
remunerada de três servidores. No município de Independência, Rosa Gonçalves
informou que seis servidores são liberados, conforme lei municipal, que
determina ainda a liberação de um servidor para representação sindical a cada
50 associados.
O município de Crateús é o único, em todo o Estado do Ceará
(talvez do Brasil), que possui norma municipal que restringe a atividade
sindical. No último dia 25/05, a plenária do 5o Congresso Nacional
dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal-Confetam aprovou moção de apoio ao Sindicato dos Servidores e
Sindicato dos Professores de Crateús contra a emenda Arimilson.
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