Deu no Blog do Whashington Soares
Domingo, 4 de março de 2012
Quando disse o “sim” definitivo à
validade da Lei da Ficha Limpa, no último dia 17 de fevereiro, o Supremo
Tribunal Federal (STF) acabou turbinando um debate que, agora, domina rodas
políticas e até mesas de bar. Como em efeito cascata, câmaras e assembleias
Brasil a fora agora querem que a Lei não fique restrita aos cargos eletivos –
mas passe a ser aplicada também no serviço público, em todos os Poderes da
República.
A ideia é impedir que prefeitos e
governadores possam nomear “fichas sujas” para cargos de confiança
– novidade
que, em breve, poderá ser adotada no Ceará. A Assembleia Legislativa está no
auge do debate sobre a ampliação da Ficha Limpa, através da Proposta de Emenda
à Constituição (PEC) do deputado Heitor Férrer (PDT).
Na última semana, o clima esquentou
diante da promessa de um parecer da procuradoria da Casa sobre a validade, ou
não, da PEC. O documento acabou não saindo, mas os deputados devem deliberar
sobre o tema nas próximas semanas.
A situação também tem divido opiniões
e causado rebuliço no Governo Federal, onde o número de cargos comissionados,
possíveis alvos da Lei, passa de 20 mil. A pressão para que a presidente Dilma
Rousseff (PT) adote os critérios da Ficha Limpa no Executivo já se faz notar.
Pelo menos duas PECs para estender os efeitos da Lei à administração federal já
tramitam no Congresso – uma no Senado e outra na Câmara dos Deputados.
Até o ministro Jorge Hage, da
Controladoria Geral da União (CGU), vem defendendo que o Governo abrace a causa
e decrete novas regras de contratação.
Prevenção
O objetivo da ampliação da Ficha Limpa é tentar impedir casos como o que
ocorreu em março do ano passado no Piauí, onde um ex-prefeito cassado por
corrupção eleitoral chegou a ser nomeado assessor especial do governador Wilson
Martins (PSB).
Nas próximas páginas, O POVO mostra o potencial da Lei
e a forma ela tem funcionado em locais que já a ampliaram para o serviço
público. Ao virar a página, o leitor também conhecerá as fragilidades da lei e
a necessidade de cautela. Afinal, não será ela a redentora do frágil sistema
político brasileiro.
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