Está no Diário do Nordeste - Regional
Publicado em 21 de setembro de 2011
Ontem, os profissionais de Crateús decidiram entrar em greve. Uma caminhada marcou a decisão
Crateús. Os profissionais de saúde deste Município estão com as suas atividades paralisadas desde ontem, quando pela manhã anunciaram a decisão em ato público realizado em frente à Secretaria Municipal de Saúde. A caminhada, denominada de "Marcha em defesa do SUS", é realizada também em outros Municípios e grandes centros do País na mesma data e marca a luta pela consolidação do controle social na saúde. As principais reivindicações debatidas durante a caminhada em todos os locais são a batalha contra a privatização do SUS, a humanização no atendimento e aumento de financiamentos para a área da saúde.
Na cidade de Crateús, o movimento percorreu as principais ruas e avenidas da cidade, tomando grandes proporções devido ao anúncio de greve. Os profissionais de nível superior e médio do Município pararam as atividades por tempo indeterminado. Médicos, dentistas, enfermeiros, psicólogos, fisioterapeutas foram às ruas, com o apoio do Sindicato dos Servidores Municipais e Sindicato dos Servidores da Educação, para reivindicar a manutenção dos salários atuais e melhores condições de trabalho.
Redução
Com respeito a salários, a paralisação protesta contra redução. Os servidores alegam que a gestão municipal reduziu salários dos profissionais de nível superior. "Não podemos aceitar redução de salários, é ilegal e esse nosso movimento busca manter os salários atuais dos profissionais de saúde, não é justo que sejam retirados direitos garantidos por lei, como incentivo e insalubridade", pontua Ricardo Cosmo Júnior, presidente do Sindicato dos Servidores Municipais de Crateús.
De acordo com ele, a gestão anunciou a redução dos valores do incentivo para os profissionais que atuam nas unidades de saúde da zona rural e da insalubridade. "Anteriormente, recebíamos o percentual calculado em cima do salário base de cada categoria. Agora, a gestão vai pagar com base no salário mínimo, tanto a ajuda de custo como a insalubridade, e isso é um absurdo. Reduz bastante o salário desses profissionais que prestam importantes serviços à população", reclama o presidente do Sindicato. Na pauta das reivindicações, os profissionais destacam as precárias condições de trabalho.
"Há um total desrespeito, estamos lutando pela questão salarial, mas principalmente por melhores condições de trabalho", ressalta o médico Zeus Perón, que atua na equipe de Saúde da Família do distrito de Irapuá. Cita ainda que a atenção básica no Município precisa melhorar com urgência.
Conhecimento
Para a dentista Éthel Alves Melo, a realidade da saúde do Município precisa ser conhecida pela população. "A greve é um reflexo da nossa indignação e do nosso limite pois há muito tempo trabalhamos em condições inadequadas. Faltam insumos, equipamentos e dessa forma não é possível trabalhar e a população precisa saber dessa situação", analisa.
A enfermeira Edna Cristina relembra a luta pela Reforma Sanitária na década de 80 e a necessidade de manutenção do SUS. "Naquela época, ocorreu a luta de intelectuais e sanitaristas pela implantação do SUS e hoje é obrigação nossa lutarmos pela manutenção de uma saúde de qualidade. O nosso movimento é necessário não somente por nós, profissionais, mas por toda a população de Crateús, que hoje vê uma saúde prejudicada", afirma ela.
O Sindicato e os profissionais de saúde garantiram que estão abertos a negociações com a gestão municipal e que a população não será totalmente prejudicada. Informaram o funcionamento dos serviços essenciais, como o atendimento no Núcleo de Apoio a Saúde da Família (Nasf) e Centro de Atendimento Psico Social (Caps) e o revezamento dos profissionais na cobertura das equipes do Programa Saúde da Família (PSF). Segundo eles, das 20 equipes existentes no Município, seis estarão funcionando diariamente.
Redução
Com respeito a salários, a paralisação protesta contra redução. Os servidores alegam que a gestão municipal reduziu salários dos profissionais de nível superior. "Não podemos aceitar redução de salários, é ilegal e esse nosso movimento busca manter os salários atuais dos profissionais de saúde, não é justo que sejam retirados direitos garantidos por lei, como incentivo e insalubridade", pontua Ricardo Cosmo Júnior, presidente do Sindicato dos Servidores Municipais de Crateús.
De acordo com ele, a gestão anunciou a redução dos valores do incentivo para os profissionais que atuam nas unidades de saúde da zona rural e da insalubridade. "Anteriormente, recebíamos o percentual calculado em cima do salário base de cada categoria. Agora, a gestão vai pagar com base no salário mínimo, tanto a ajuda de custo como a insalubridade, e isso é um absurdo. Reduz bastante o salário desses profissionais que prestam importantes serviços à população", reclama o presidente do Sindicato. Na pauta das reivindicações, os profissionais destacam as precárias condições de trabalho.
"Há um total desrespeito, estamos lutando pela questão salarial, mas principalmente por melhores condições de trabalho", ressalta o médico Zeus Perón, que atua na equipe de Saúde da Família do distrito de Irapuá. Cita ainda que a atenção básica no Município precisa melhorar com urgência.
Conhecimento
Para a dentista Éthel Alves Melo, a realidade da saúde do Município precisa ser conhecida pela população. "A greve é um reflexo da nossa indignação e do nosso limite pois há muito tempo trabalhamos em condições inadequadas. Faltam insumos, equipamentos e dessa forma não é possível trabalhar e a população precisa saber dessa situação", analisa.
A enfermeira Edna Cristina relembra a luta pela Reforma Sanitária na década de 80 e a necessidade de manutenção do SUS. "Naquela época, ocorreu a luta de intelectuais e sanitaristas pela implantação do SUS e hoje é obrigação nossa lutarmos pela manutenção de uma saúde de qualidade. O nosso movimento é necessário não somente por nós, profissionais, mas por toda a população de Crateús, que hoje vê uma saúde prejudicada", afirma ela.
O Sindicato e os profissionais de saúde garantiram que estão abertos a negociações com a gestão municipal e que a população não será totalmente prejudicada. Informaram o funcionamento dos serviços essenciais, como o atendimento no Núcleo de Apoio a Saúde da Família (Nasf) e Centro de Atendimento Psico Social (Caps) e o revezamento dos profissionais na cobertura das equipes do Programa Saúde da Família (PSF). Segundo eles, das 20 equipes existentes no Município, seis estarão funcionando diariamente.
Legislação
O secretário adjunto municipal de Saúde, Humberto César Frota, informa que a gestão municipal cumpre a legislação ao pagar incentivos sobre o salário mínimo. "Fomos questionados pelos órgãos fiscalizadores e jurídicos, tendo em vista que o Município é celetista (em referência à Consolidação das Leis do Trabalho, CLT). Estamos apenas cumprindo a legislação e tentaremos minimizar os efeitos da greve. Estamos abertos a negociações", garante ele. Frota admite que Crateús trabalha com um déficit na saúde.
"Temos um déficit orçamentário de R$ 350 mil e precisamos adequar a nossa folha de pagamento". Sobre a falta de insumos denunciada pelos profissionais, diz que é eventual. "Pode faltar esporadicamente, mas estamos sempre repondo", afirma o secretário.
"Temos um déficit orçamentário de R$ 350 mil e precisamos adequar a nossa folha de pagamento". Sobre a falta de insumos denunciada pelos profissionais, diz que é eventual. "Pode faltar esporadicamente, mas estamos sempre repondo", afirma o secretário.
MAIS INFORMAÇÕES
Sindicato dos Servidores Municipais de Crateús
Rua Cel. Lúcio, S/N - Centro
Telefone: (88) 3692.3835
Silvania Claudino
Repórter
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