por: Reginaldo de Souza Silva
A realidade
nua e crua das repartições públicas está escancarada. Procura-se noite e dia os
culpados pela ineficácia do Estado, pela politicagem e o uso da máquina
pública, que vem contrariando o princípio elementar de servir ao bem comum.
Apesar de a
legislação definir que para ser servidor público é preciso participar e ser
aprovado em concurso, garantindo assim a vaga enquanto profissional, o
sucateamento do serviço público vem retirando dos profissionais a estabilidade.
Se outrora,
havia um orgulho e uma qualidade implícita no exercício da função de Servidor
Público, hoje esta premissa não pode ser amplamente comprovada em várias
repartições. O respeito, a valorização, a competência atestada pelo mérito
avaliado através de concursos públicos, deu lugar aos cargos comissionados,
nomeados, as funções delegadas, ao empreguismo, aos cabides políticos etc.
Mas onde
estará o servidor público cônscio de suas responsabilidades? Está nas mesmas
repartições e continuam mantendo a máquina pública viva, nas ambulâncias e
postos de saúde, na porta e dentro das escolas, nas secretarias, nos
departamentos, nas estradas e rodovias.
Servidores
Públicos sofrem na pele as denuncias de superfaturamento, improbidade
administrativa, malversação do dinheiro público etc. Há um esforço
governamental intencional para desacreditar o serviço público, que vem deixando
de ser atrativo para os melhores profissionais, por motivos como, as baixas
remunerações, as precárias condições de trabalho, a flagrante defasagem salarial
e perdas remuneratórias históricas. Os salários pagos pelos cofres públicos
(municipal, estadual e federal) não garantem qualidade de vida e dedicação
exclusiva.
Lutamos para que todos os servidores públicos, assim como a
população brasileira, tenham um conjunto de situações que concorram para a
qualidade de vida, refletindo em um estado de total bem-estar físico, mental e
social.
Há “correntes” políticas, partidárias, ideológicas e de concepção de trabalho e
gestão de recursos humanos que nos remetem a senzala que está presente e
contribuindo para as diferenças que prevalecem.
O
discurso é o mesmo - não tem dinheiro, a prefeitura ou o estado estão quebrados
e inadimplentes, mas a realidade constata prefeitos, governadores e ministros inchando cada vez mais as estruturas com os representantes dos líderes
políticos, sobretudo, com os representantes dos seus novos aliados políticos
que muitas vezes são fantasmas do serviço público.
A
(des)valorização do servidor público pelos gestores tem seus reflexos no ambiente
de trabalho, na luta frente a população que sofre com serviços sucateados e
servidores cada vez mais desmotivados, desvalorizados e desrespeitados.